domingo, 25 de agosto de 2013

Matando a curiosidade de alguns...

Não, não sou uma mãe solteira...

Mas podia ser!! E se fosse??

Como reparam e vão reparar nos próximos posts, se tiverem paciência para continuar aí, que eu passo imenso tempo só com a minha filha.
Isto deve-se ao facto de ambos termos a mesma profissão que nos obriga a passar muito tempo fora, eu neste momento não o faço porque gozo de licenças especiais, porque senão seria complicado conseguir educar a Mia segundo os padrões por nós estabelecidos.

Pior do que se ser mãe solteira, divorciada ou viúva, é ser mãe em que o pai está ausente muito tempo e passo a explicar porquê:

Quando se vive MEEEESMO sozinha com os filhos, temos a nossa rotina, temos o nosso plano educativo, temos o nosso tempo e gerimos isso da melhor maneira sem influencia de ninguém e sem ter de dar satisfações seja a quem for, bem ou mal criados, os filhos são criados por essas mães e o mérito é todo delas e passam a ser as heroínas da sociedade, mas para mim não...

Ser mãe com um pai ausente é cumprir o plano educativo que ambos traçaram mas SOZINHA, ser obrigada a ter muito jogo de cintura porque querendo ou não temos a nossa rotina implementada e quando o pai volta quebra essa rotina. Se os filhos forem mal criados, a culpa é da mãe porque não soube aguentar o barco SOZINHA, se as coisas correrem bem, o mérito é sempre dos dois.

Como já ouvi por diversas vezes, não faço mais do que a minha obrigação como mãe...CONFIRMO, não faço mais do que me prometi fazer, educar a minha filha e dar-lhe todo o amor que tenho, mas ás vezes há um pouco de falta de reconhecimento do meu óptimo trabalho.

Assumi a responsabilidade de ficar 6 meses sozinha com a Mia, o marido teve numa missão no âmbito da UN, a quarta para ele e como tal, aguentei firmemente o leme do barco e geri o trabalho, a casa e a educação deste pequeno ser que por aqui anda a espalhar magia.

Se podia ter ido para casa dos meus pais? Sim podia, mas a minha vida é aqui, nesta casa, neste espaço e a minha família soube ajudar sem nenhum de nós invadir o espaço alheio, o que eu agradeço imenso pois só Deus sabe o quanto eram difíceis alguns desses dias e o que eu menos queria era ver pessoas e por vezes tinha de levar com a pastilha sem ter a mínima vontade. 

Passado este tempo e agora que já passaram alguns meses dessa fase que para mim não foi menos boa, pelo contrário, eu só ganhei, aliás, só perde quem está fora, posso dizer que me orgulho de ter visto a evolução diária da minha filha entre os 9 e os 14 meses e ver o excelente trabalho que fiz.

O que tenho pena? De não ter dito com quem partilhar imediatamente algumas conquistas dela, como os primeiros passos...e tantas outras.

Para mim as famílias foram feitas para estarem sempre juntas todos os dias a todas as refeições e dormirem todos em casa todas as noites, não me calhou uma família assim mas é esta a família que escolhi e com a qual amo viver.

Aprendi muito com tudo isto e gostaria de agradecer ás pessoas que me ajudaram a crescer, mesmo àquelas que só dificultaram...



4 comentários:

  1. Olá Nádia, curiosamente padeço do mesmo mal. O meu marido também viagem imenso e passo muito tempo sozinha com o D. Para ser franca, era-me muito mais difícil quando eramos só os dois, sentia-me muito sozinha com a casa vazia. Depois nasceu o baby e passei a encarar a situação com o animo mais leve, já não fico sozinha, tenho o D comigo e, embora seja muito bom com o pai em casa, sem ele também não é mau. Temos as nossas rotinas e normalmente é o pai que se encaixa nelas e corre tudo muito bem. No entanto, só sei um pouco daquilo por que passa, pois nunca estivemos mais de um mês sozinhos sem o pai, por enquanto! :)

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  2. Bem, eu já tive as duas versões. com e sem Mia e eu em missão e ele cá e ambos em missão e devo dizer que de todas a que menos me custou foi a em que estavamos os dois em missão. No entanto, agora com ela mais crescida, actualemente com dois aninhos acabados de fazer, não me custa mesmo nada as ausencias porque ela faz imensa companhia e absorve-me todo o tempo livre, aquele tempo morto que eu antigamente tinha para pensar nas coisas mais bizarras, agora não existe.
    Acho que actualmente estamos preparadas para tudo, somos grandes mulheres, inteligentes e independentes e estas situações fazem-nos perceber que somos capazes de criar e educar um filho com ou sem eles, apesar de que com eles tem tudo muito mais saber.... :)

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  3. Eu percebo que o teu ideal familiar seja aquele em que estamos sempre todos juntos, foi neste ideal que a maior parte de nós foi educada. A questão é que atualmente as nossas vidas são tão diferentes, sobretudo para nós mulheres que para além da questão familiar também temos uma carreira para gerir. E estamos a aprender a tentar gerir tudo família, trabalho e desejos pessoais, não é fácil mas conseguimos.

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  4. Sabes que fui criada numa familia em que o pai trabalha fora de Portugal e só vem a casa de 3 em 3 semanas, portanto, tenho algumas referencias em relação a isso, mas obviamente que preferia te-lo sempre em casa. Isto vem de encontro á conversa que tivemos na sexta feira.

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