quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Birras!!

Birras...como eu adoro uma boa birra...
 
Pessoalmente acho que não há nada como uma boa birra COM ESTILO...com muito choro, saltinhos no mesmo lugar, cambalhotas, mergulho para o chão, nadar em seco, babar até formar uma piscina, ranho até ao pescoço...tudo!!!
 
Se há uma birra significa que há um desejo, um desejo que não foi satisfeito...
 
Pois é minha filha, a vida é dura e nem sempre temos o que queremos, mas se não temos, existe uma razão!
 
Sou apologista da pedagogia positiva, a minha filha como qualquer criança de 2 anos e alguns adultos com 30, faz birras, mas obviamente que são birras cheias de estilo, com tudo a que uma birra tem direito, e eu como fui abençoada com uma paciência em dose dupla á 2 anos, uso-a e tento o diálogo e tento explicar o porque de não lhe poder conceder determinado desejo, normalmente funciona comigo, pode não funcionar com o pai, com a avó, mas comigo funciona, tenho até uma caneta e um bloco onde escrevo ou finjo que escrevo que vamos fazer determinada coisa.
Quando há um objecto em que ela não pode ou não deve mexer e tem letras, por exemplo, a cola diz "cola branca" e eu leio "os bebés não podem mexer" e ela fica toda contente por achar que sabe o que ali está escrito.
Não gosto de dizer "NÃO" só porque sim, gosto de explicar e não me importo de perder tempo com isso, é minha filha, é minha obrigação gastar o meu tempo com ela e fazer o máximo para que ela não se sinta frustrada.
 
Há quem diga que lhe faço as vontades todas, é verdade, faço todas as que posso e que acho que são positivas para o seu crescimento e não me importo que seja teimosa, eu também sou mas a culpa não é minha, são genes herdados.
 
Tudo na vida tem um limite e antes de ontem a minha querida filha ultrapassou a barreira do que para mim era aceitável na matéria BIRRAS, como é uma criança doce e não descarrega a frustração fisicamente nos outros, eu não me preocupo muito, deixo-a espernear, chorar, babar, ficar com o ranho até ao pescoço, porque assim descarrega a frustração dela e fica aliviadinha, gasta energia e siga para bingo, mas há sempre um mas na questão e eu vou explicar o contexto da birra.
 
O senhor meu pai, senhor avô da minha filha, mas conhecido por "vô velho", isto porque tem a mania que tem 20 anos e quase que parece...quase....de costas e numa noite escura claro...  ;)
 
Continuando...
 
O avô tem um barco e andou a prometer á miúda que a ia levar a andar no dito e então trouxe os coletes para casa para lavar porque no fim de semana vamos passear, conclusão, a Mia vestiu o colete e JÁ NÃO QUIS DESPIR na esperança de ir imediatamente brincar aos piratas (isto agora deu-me uma grande ideia), andou sempre de colete, da casa da avó para a minha casa adormeceu no carro, chegou a casa a dormir e quando acordou estava SEM COLETE e não estava no barco...
Esperneou, chorou, babou, rastejou pela casa, ranho até ao nariz, não queria colo da mãe nem do pai, não queria comer, não queria bacio, não queria NADA!!!!! Todo um sonho se tinha desmoronado na sua pequenina cabecinha...
 
O pai tentou a técnica do "fingir que sou um gato", não funcionou, então tentou todos os animais e ainda inventou outros tantos e NADA!!!
 
Tentei a técnica do diálogo, a técnica do segredo, a técnica do desespero, a técnica da não técnica e NADA!!! Aparentemente era um caso perdido...
 
Mia de seu nome, lembra-se de tirar a chucha da boca e atira-la com raiva para o chão...BUUUUMMMM!!!!!! Saltou-me a tampa!!!!
Abri a janela, peguei na chucha e disse-lhe " se a atiras para o chão é porque não precisas dela, então eu atiro ainda mais longe" e atirei a chucha do primeiro andar da casa pela janela....
 
MAGIAAAAAAAAAAAAA!!!! A BIRRA CESSOU DE IMEDIATO!!!!!
 
Limpou o ranho ao braço (muito chique), tirou os caracóis que estavam á frente da cara e colados á bába, levanta-se do chão, pediu-me colo e perguntou: "chucha pó céu mãe?" repetidamente, e aí contra-ataquei, visto que estava aberta ao diálogo, disse-lhe que o tinha feito porque ela a tinha atirado e eu tinha ficado mesmo zangada e que as birras eram feias.
 
Foi remédio santo, depois de lavar a cara e as mãos, "pentear" o cabelo, jantou, repetiu o prato e ainda comeu duas fatias de melão, estava rouca de tanto chorar coitadinha...No fim fomos as duas procurar a chucha e dormiu como um anjinho...
 
No dia seguinte a historia quase que se repetia, mas desta vez jantamos em casa dos avós e andou todo o dia de colete, comeu de colete e foi tomar banho de colete...mas antes de entrar na banheira tirou-o e esqueceu-se do barco por umas horas...
 


 
 
Para além da teimosia genética, herdou também dos pais a paixão pelo mar...
 


 

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